O primeiro “cagaço” na Guiné!
Começo por pedir desculpa pela rudeza da expressão entre aspeada, mas tinha de ser, qualquer outra palavra não faria justiça ao acontecimento em causa!
Tudo começou numa bela manhã de sol, enchemos a canoa com tudo e mais alguma coisa para levar numa viagem de 3 dias à ilha das galinhas, onde vamos uma vez por mês prestar assistência médica. Quando aqui se lê “tudo e mais alguma coisa”, leia-se: colchões, uma mota, caixas com medicamentos, malas e mais malas…e nós, os AMI´s!
De Bolama às Galinhas são cerca de 2h de canoa…bom, nós levámos 5h… lá para o meio da viagem começou a chover, e a palavra Marão passou a ouvir-se demasiadas vezes por minuto…Bom, a minha inconsciência e o gosto que desenvolvi pelos barcos nas poucas aulas de vela que tive, levaram-me a não dar importância ao tamanho das ondas e ao modo pouco harmonioso com que estávamos a andar, confesso que estava a gostar imenso da viagem, da velocidade, do vento… da adrenalina! Às tantas ouve-se um estrondo e paramos… no meio do oceano, parados, com um temporal à volta… (muito bom!) O que é que aconteceu? Encalhámos num banco de areia… a maré estava a vazar. Saltam duas pessoas para fora do barco e toca de empurrar… surreal… a chover torrencialmente, ondas gigantes…muita água dentro e fora do barco! Conseguiram! Desencalhámos! E aqui comecei a preocupar-me! Estava sentada numa das bordas do barco com uma vista privilegiada para o “ecran principal”. As ondas cada vez mais ameaçadoras, o barco a abanar tipo folha de papel ao vento, a chuva que não parava, um silêncio ensurdecedor na tripulação, um pensamento na minha cabeça : “se escorregar ao menos que seja para dentro da canoa!” … depois houve ali uma altura que deixei de pensar… havia demasiadas ondas a baterem-me na cara e demasiada água dentro do barco! Mas… sobrevivi para contar a história! Ufas! Chegámos ao destino! Como a viagem foi muito longa, a maré já tinha vazado e o barco não pôde atracar na praia, então toca a andar no lodo de mochila às costas…a chover como se não houvesse amanhã, mas com os pés em terra firme (quer dizer… era lodo, enterrei os pés umas quantas vezes!).
Lá está, quem anda à chuva molha-se… quem vem à Guiné apanha um “cagaço”! Espero que um seja suficiente! Por estas bandas a expressão “viver no limite” não serve para vender telemóveis nem latas de coca-cola, traduz o dia-a-dia das pessoas… A vida por aqui tem um valor diferente – mais barato… tudo é precário. E o que eu tive foi azar, mas o que o resto destas pessoas vivem todos os dias é … normal… é a vida!
Hoje não há piadas… às vezes não há humor que chegue para puxar o lustro às histórias sérias!
Começo por pedir desculpa pela rudeza da expressão entre aspeada, mas tinha de ser, qualquer outra palavra não faria justiça ao acontecimento em causa!
Tudo começou numa bela manhã de sol, enchemos a canoa com tudo e mais alguma coisa para levar numa viagem de 3 dias à ilha das galinhas, onde vamos uma vez por mês prestar assistência médica. Quando aqui se lê “tudo e mais alguma coisa”, leia-se: colchões, uma mota, caixas com medicamentos, malas e mais malas…e nós, os AMI´s!
De Bolama às Galinhas são cerca de 2h de canoa…bom, nós levámos 5h… lá para o meio da viagem começou a chover, e a palavra Marão passou a ouvir-se demasiadas vezes por minuto…Bom, a minha inconsciência e o gosto que desenvolvi pelos barcos nas poucas aulas de vela que tive, levaram-me a não dar importância ao tamanho das ondas e ao modo pouco harmonioso com que estávamos a andar, confesso que estava a gostar imenso da viagem, da velocidade, do vento… da adrenalina! Às tantas ouve-se um estrondo e paramos… no meio do oceano, parados, com um temporal à volta… (muito bom!) O que é que aconteceu? Encalhámos num banco de areia… a maré estava a vazar. Saltam duas pessoas para fora do barco e toca de empurrar… surreal… a chover torrencialmente, ondas gigantes…muita água dentro e fora do barco! Conseguiram! Desencalhámos! E aqui comecei a preocupar-me! Estava sentada numa das bordas do barco com uma vista privilegiada para o “ecran principal”. As ondas cada vez mais ameaçadoras, o barco a abanar tipo folha de papel ao vento, a chuva que não parava, um silêncio ensurdecedor na tripulação, um pensamento na minha cabeça : “se escorregar ao menos que seja para dentro da canoa!” … depois houve ali uma altura que deixei de pensar… havia demasiadas ondas a baterem-me na cara e demasiada água dentro do barco! Mas… sobrevivi para contar a história! Ufas! Chegámos ao destino! Como a viagem foi muito longa, a maré já tinha vazado e o barco não pôde atracar na praia, então toca a andar no lodo de mochila às costas…a chover como se não houvesse amanhã, mas com os pés em terra firme (quer dizer… era lodo, enterrei os pés umas quantas vezes!).
Lá está, quem anda à chuva molha-se… quem vem à Guiné apanha um “cagaço”! Espero que um seja suficiente! Por estas bandas a expressão “viver no limite” não serve para vender telemóveis nem latas de coca-cola, traduz o dia-a-dia das pessoas… A vida por aqui tem um valor diferente – mais barato… tudo é precário. E o que eu tive foi azar, mas o que o resto destas pessoas vivem todos os dias é … normal… é a vida!
Hoje não há piadas… às vezes não há humor que chegue para puxar o lustro às histórias sérias!
woow!!
ResponderEliminarObrigado Deus!!
Por muito que escrevesses acho que nada podia descrever o que realmente aconteceu! guarda no coração e não te esqueças!
um grande abraço de Lisboa!!
Força nina!! ché! lol
fico feliz por estares bem
ResponderEliminarDeus É Bom!
ResponderEliminarQue Ele te continue a abençoar nesta etapa missionária (+1) da tua vida...