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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2015

Muito açúcar, poucas remelas!

Hoje levei a manhã a pensar em como o meu mundo é pequeno. Ou será dos meus olhos? Desta miopia que teima em voltar! Esta ideia bateu-me à porta no meio de uma aula sobre cobras venenosas. E agora que já tenho a vossa atenção, passo a explicar.  Durante as minhas duas últimas semanas aqui na Índia estou a fazer um curso de Medicina Tropical, o que é uma oportunidade excelente de sedimentar tudo o que vi e aprendi nos últimos tempos. O grupo de professores é de grande qualidade, tudo gente com muita experiência e de vários países, assim como os alunos. Começámos na segunda-feira com a velha e boa malária, a ceifar vidas desde… sabe-se lá, há tanto para fazer, mas há melhorias, há esperança. E, por aí fora, fomos navegando o mapa dos trópicos, os parasitas, as diarreias, as crianças que não chegam aos 5 anos, as doenças que não têm medicamentos porque não afetam as pessoas “certas”. Como por exemplo, a doença do sono. Não, não é o cansaço que todos sentimos por não dormirmos tudo

Os corredores da pediatria

Esta semana andei pela infeciologia pediátrica. Já não via crianças na consulta ou na enfermaria há muito tempo, resultado: andei a maior parte do tempo de coração encolhido, espremido na tentativa de manter os olhos abertos e acabar com a visão em túnel. As crianças aqui são mais pequenas, enfezadas, a tisica, o arroz sem mais nada, a lombriga e o resto dos parasitas intestinais, o muito que correm, tudo isto dá em crianças magras, baixinhas, olhos encovados, imunidade frágil, portadoras de doenças que nunca me tinham passado pelos olhos, quanto mais pelas mãos. A semana foi assim, cheia de coisas novas, umas mais duras do que outras, apimentada de sorrisos curiosos e bebés magrinhos! Lembro-me de duas meninas na consulta, irmãs, muito parecidas, olhei para elas e pensei devem ter 6-5 anos, elétricas, não pararam quietas, tantas perguntas num inglês simples que fui entendendo com ajuda, interessadíssimas em conhecer-me, em tocar-me e sem vergonha até um beijo na face me ro