Ontem fiz 33 anos. Já são uma data de anos. Idade para ter juízo... diriam alguns! E é de juízo que quero falar hoje. Há que parar e olhar para os anos que passaram e julgá-los, inquiri-los, medi-los e seguir em frente com a sentença. Partir a caminho dos 34 rumo à eternidade com a mala cheia das recolhas e das partilhas, das verdades aprendidas a custo e às cabeçadas, das marcas deixadas por uns e em outros. Não sei se foi do clima quente e húmido dos últimos meses, se do silêncio, se das mudanças ou, muito provavelmente, todos estes fatores construíram o ecossistema perfeito para que estes 33 anos de ontem fossem especiais. Ao olhar para o ano que passou sinto a diferença daquilo que era e daquilo que agora sou. Como se o paradigma tivesse mudado, de repente, trocaram-me a etiqueta. E que troca tão dolorosa, ao puxar arrancaram tanto que o outro tanto ficou à mostra. Quando cheguei a África era médica, mais até, era infeciologista, era isso que eu era e que queria