Deixámos Bangkok em direção ao Norte da Tailândia, Chiang
Mai. Com uma ideia em mente desde Lisboa: descansar, sem grandes planos e
itinerários, parte da aventura é mesmo isto, ir descobrindo à medida que vamos andando,
sem saber os pontos de paragem, tendo apenas em mente o voo para Bombaim no fim
do mês.
Chegámos no início da tarde a um “belo” quartinho virado
para a estrada principal (desta vez o colchão era melhor), o chamado
preço-qualidade satisfatório.
Moída de mais uma viagem e de noites mal dormidas, contudo
com vontade de ver e cheirar a nova cidade e diga-se cheia de fome, lá fui eu
sozinha em busca dos misteriosos encantos e lanches desta terra. Sozinha porque
a nossa linda equipa tinha um membro cansado e cheio de sono… lá fui à procura
de qualquer coisa que se comesse!
A ideia era virar à direita no fim da rua e ir em frente.
Fui, encontrei um batido de manga e ao voltar pelo mesmo caminho, avistei uma
agitação levemente compatível com um mercado! Ai, o que é que eu ia fazer para
o Hotel onde a convalescença ainda jazia? Desta vez teria de virar à esquerda
na oficina de motas e seguir em frente, voltar seria fácil era só fazer o
caminho para trás.
Abandonei o enjoativo batido de manga e entreguei-me ao
petisco nas barraquinhas de rua, que maravilha! E à minha frente o famoso
mercado de Chiang Mai no seu tímido “montar a barraca”. Comprei um cacho de
mini bananinhas e biscoitos secos em solidariedade e fui passeando por ali.
Adoro estas confusões recheadas de fruta que nunca tinha visto, galinhas,
roupas e carradas de gente de todos os tamanhos e feitios. Pensamento sim,
pensamento não, imaginei-me na Índia às compras para o jantar, a regatear o
preço em Tamil… Vai ser giro, uma parte de mim nasceu para isto, a outra vai
ter se adaptar, como diriam os Guineenses: “Sufri”!
Volta aqui, volta ali, começou a anoitecer e pus-me a
caminho de casa, orgulhosa da minha expedição a solo. Nem tive muito tempo para
elogios próprios, porque rapidamente percebi que estava um bocadinho perdida, a
noite trouxe a abertura de um sem número de barraquinhas e o fecho de outras
lojas. De repente, a rua aumentou de tamanho e mudou de cor, tentei fazer o
caminho para casa uma vez, duas vezes, três vezes, quatro e depois deixei de
contar. Não tinha telemóvel porque ficou a carregar, não sabia a morada e
lembrava-me mal do nome do Hotel… eu saí para ir ali ao fundo da rua e acabei
num grande mercado! O consumismo dá cabo de nós!
Já meio desesperada entrei numa loja na esperança que
reconhecessem o nome que eu achava que o Hotel tinha, mas não! Mais 3 voltas… e
escuro muito escuro! Já totalmente desesperada entrei numa loja de óculos, as
meninas tinham um ar confiável e de quem falava inglês, na verdade foram muito
prestáveis até um copinho de água me deram, mas o inglês era inexistente, lá
consegui que me deixassem usar a internet e finalmente cheguei ao nome e morada
do hotel que afinal era pertíssimo. Fui para a porta chamar um Tuk-Tuk e
enquanto estou de telemóvel alheio a mostrar o mapa ao motorista e a regatear o
preço, olho para trás e aparece o meu diligente marido! Caso para dizer
“encheu-se-me o coração de esperança!”. Fica o conselho avulso: “ jovens quando
escolherem um marido, arranjem alguém que vos encontre quando se perdem!
Melhora significativamente a convivência”.
Bom, lá fomos para casa… com as bananinhas e os erros de
orientação!
Leitor imaginário, prometo que na Índia não saio de casa sem
o Google maps ou um daqueles chapéus
dos miúdos das colónias de férias com a morada e o número de telefone da
escola. Ai a minha vida!
Restantes viajantes que por aqui vagueiam, já chega de
aventuras destas amanha vamos ver os elefantes! Um abraço para todos.
Bom dia Bianca e André. Só agora depois de um período de férias cansativas procuro estes mundos...
ResponderEliminarPercebo que estão a ter um tempo que contribuirá para a construção de muitas memórias e ao mesmo tempo a anteciparem os meses que se seguirão... Entendo que há em vós um misto de êxtase e ansiedade.
Por aqui, prometo que oraremos por vocês como de resto fazemos. Mas agora de forma mais colorida...
Oramos para que este seja tempo de grandes aprendizagens, tempo de repartir o pão por outros e não ter medo de ficar com restos... muitos restos do que sobra depois de investirmos a nossa vida na vida daqueles que Deus ama e por quem Ele mesmo deu a Sua vida...
Nestes dias, tenho meditado nas frases de Jesus: "...dai-lhes vós de comer...!" e também, "...Ele sabia muito bem o que deveria fazer..."
Abraço,
Nele,
João e Isabel Martins
Bianca, estamos por aqui muito atentas às tuas palavras, a acompanhar-vos na viagem :) um grande beijinho da Ana Teresa e Ana Madeira
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