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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2014

Desta vez na Reanimação !!

Em qualquer hospital do mundo a sala de reanimação ou de emergência é o local do doente em estado muito grave, é ali que a bem dizer se “salvam vidas” ou se mantêm, é ali que se ligam pessoas ao ventilador, é ali que se usa o desfibrilhador… Bom, é aquela medicina aguda, cheia de adrenalina, entre a espada e a parede! Aí em casa ir à reanimação mete sempre medo, principalmente, em dias em que há poucos médicos mais velhos, porque pode dar-se o caso de ir lá e ficar sozinha e isso é um medo daqueles a rondar o susto. Digo ir à reanimação, porque funciona da seguinte maneira, sempre que chega um doente instável em estado potencialmente grave o enfermeiro da triagem toca uma campainha, tipo sino da escola (igualzinho ao barulho que se ouve no Lidl de vez em quando, estejam atentos!), isto faz com que os vários profissionais se dirijam à sala de reanimação! O segredo de uma boa equipa na reanimação é a organização, a sistematização de atitudes, toda a gente sabe o seu papel e to

Finalmente no Hospital em Vellore!

Tudo o que vejo inunda-me o coração, não consigo parar de observar: a multidão de gente que enche os corredores, as roupas coloridas, a magreza que por aqui abunda, os vários blocos do hospital que é bem maior que o meu aí em casa, os guardas com um apito a direcionar as pessoas e as motas, os estetoscópios ao pescoço sem bata (a bata não lhes assiste?), as senhoras enroladas em Sari brancos (enfermeiras?), cadeiras de rodas, crianças a correr, olheiras fundas (que patologias esconderão?) e mais, muito mais. E aqui assalta-me aquela frase: “ Aquilo que os teus olhos não viram, que os teus ouvidos não ouviram…”. E de repente, estou à frente do Chefe de Serviço da Infecciologia, um homem sério e educado, depois das apresentações, vieram os pedidos: “ Posso fazer um estágio com vocês para o ano? 3 meses na vossa enfermaria, na consulta? É possível?” Ele respondeu um seco sim, como se fosse a coisa mais natural do mundo, não questionou o facto de eu não falar a língua, não me fez uma l

À espera de chegar...

Conseguimos bilhetes de comboio para Vellore no mesmo dia que aterrámos em Bombaim! Que sorte! Descansámos, tomámos banho e partimos durante a noite.  28h num comboio indiano! Parece horrível, cansativo… o pior, não é? Mas não é!! Não é, não! A sério, foi revigorante, não sei se vos vou conseguir explicar, mas vou pelo menos tentar. Imaginem-se num comboio velho e feio, com ares de pouca manutenção, cheio de pessoas cujo padrão de higiene e limpeza é bem diferente do ocidental (bom, agora não pensei mais nisso e o relato continua!).  Agora a sério, imaginem-se num compartimento com ar condicionado (ah pois, já não sou estudante e também só me enganaram uma, vá duas vezes!), onde cabem uma espécie de 4 beliches, dois de cada lado, as camas são duras, há algumas baratas (poucas), mas o espaço é limpo várias vezes por dia em horário, um tanto ao quanto, aleatório. Quanto aos serviços disponíveis temos casa de banho privativa, internet e café grátis! Ah, ah, também não abusem

Bombaim - São 7h da manhã, sai um desabafo…

Há uma sensação de náusea no ar. Não é só o cheiro a lixo misturado com fezes, urina, animais das mais diversas estirpes e óleo quente com especiarias dos vendedores ambulantes; não é só o ar cinzento de nuvens carregadas de chuva, as ruas emporcalhadas, as pessoas a monte, esfarrapadas, sujas, necessitadas; não é só a temperatura nauseabunda que cola a roupa ao corpo com suor e poeira; não é só o barulho ensurdecedor das buzinas, dos taxistas a gritar, dos mendigos, e da náusea e a náusea faz barulho a mais!  Tudo isto mais a chuva das monções que trouxe a lama, há lama em todo o lado, há um peso no ar… Não é só isto… é tudo… Bombaim é a cidade mais feia do mundo (do meu mundo, pelo menos). A Índia é quente e suja, mas tem a sua graça… Bombaim também terá… mas não me lembro! Contudo, não é a primeira vez que aqui estou! Talvez por isso seja mais fácil, é mais fácil encarar o conhecido, por pior que ele seja, do que o desconhecido! Mas desta vez é diferente, ao olhar

Mais uma aventura!!!

Chegámos à Índia !  Cansados, com quase 48h de viagem em cima, saímos de Portugal na sexta à noite de autocarro rumo a Madrid, em Madrid apanhámos o avião para Istambul (que pena terem sido só 2 horas de escala… gostava de ter visitado a cidade) e depois às 5h da manhã de Domingo, finalmente, Bombaim ou Mumbai (como gostarem mais) !! Confesso que estava tão cansada que nem conseguia pensar, isso mais o belo do bafo húmido característico desta parte do mundo… a sensação que traz a certeza de que sim : “Estás na Índia!”. Resgatámos a nossa mochila e depois verificámos que o nosso plano de chegar a Bombaim, comprar um bilhete de comboio para Vellore e partir logo de seguida não iria ser exequível… não tínhamos capacidade para nos enfiarmos num comboio 28h, depois desta viagem. Então e agora? Onde é que vamos descansar pelo menos durante o dia… a ver vamos (de vez em quando esqueço-me que isto é uma aventura)! Enquanto o André foi à casa de banho, sentei-me num daqueles ban