A última vez que aqui escrevi tinha acabado de fechar a mala
rumo ao sul!
O bilhete dizia São Paulo… o coração dizia é cedo!
É cedo para voltar a partir, malas outra vez, o
desconhecido, os desconhecidos, começar de novo, é cedo! Estou aqui tão bem! Gosto
desta terra! Gosto tanto destes! Mas era tempo de partir! Foi! É! Vai sendo!
Assim foi…assim é (prometo que vou parar agora de brincar com os tempos
verbais) e lá fomos!
À chegada o calor Paulista recebeu-nos, mas não vinha
sozinho, trouxe umas amigas que nos receberam como quem acolhe a família (graças
a Deus temos uma grande família!). E a experiência brasileira começou e as
nossas férias também!
O litoral de São Paulo ao Rio de Janeiro foi o cenário de
uma viagem inesquecível. A paisagem de cortar a respiração, a serra que se
impõe e desaba no mar, a comida bem brasileira, a música que aparece à esquina,
a hospitalidade dos “amigos que não eram nossos e que agora são” que nos fez
sentir tão gratos e tão pouco merecedores de tantas coisas boas que vivemos
nesses dias (ai Ilhabela… Ilhabela)! Foram dias de aventura e foram dias de “nós”,
porque nesta correria da vida é bom parar para respirar e para lembrar que
nestes 4 anos de “nós” aprendemos a ser mais próximos, mais amigos, mais
companheiros. Então tivemos direito a uma grande variedade de peripécias, ele
foi caminhadas no mato com lama até ao joelho e cobras na toca, passeios na
floresta com um buggy que ficou sem gasolina ao anoitecer e que deu direito a
voltar à boleia… é com cada uma!
E a melhor de todas, aquela que vamos contar
aos nossos netos e que eles não vão acreditar, estávamos a chegar ao Rio de
Janeiro e o mapa dizia para sair na próxima saída (sem apontar culpados, mas
que os há, há!) interpretámos mal e saímos antes, porém só demos conta do erro
quando o piso começou a ser muito mau, cheio de lombas altíssimas, escuro, a
dar para o sinistro e, de repente, olhamos para a berma e eis que está um grupo
de rapazes “com ar de poucos amigos” com uma metralhadora na mão e cara de quem
está a trabalhar… Nesta altura, deu-me “um nervoso miudinho”, baixei o telemóvel,
desistindo do tal mapa e concordámos que sim, estávamos dentro da favela, com
um carro alugado, e todos os nossos pertences na mala, incluindo as nossas
vidinhas tão jovens, então “sorrir e acenar” seguimos em frente, tivemos que
dar a volta, tornámos a passar por estes jovenzinhos e entrámos novamente na
estrada certa rumo ao nosso destino. Nada como um passeio acidental pela favela
para dar um novo gosto à vida! Também vir ao Rio e não ir à favela é como ir a
Roma e não ver o papa (bom, já fui 2 vezes a Roma e nunca tive esse prazer!).
Como o que é bom acaba depressa, voltámos a São Paulo porque
o meu estágio começou em fevereiro e isso sim é que é a grande aventura!
Gostava de ter partilhado convosco ao longo deste mês o que foi acontecendo,
mas o horário das 7h às 19h (que na realidade era até às 20h30) foi tornando esta
vontade impossível. Por isso, as próximas histórias vêm com um mês de atraso,
mas prometo contar-vos aquilo que mais me impressionou, incomodou e que espero
que me transforme, nos transforme (?), porque se não perde a razão de ser!
Este blog é para
nos lembrar de estarmos ”conscientes, orientados e colaborantes” então vamos a
isso!
Leitor imaginário, tenho outra vez uma oportunidade gigante
para aprender a ser médica e a ser gente, espero com sinceridade estar à altura
do desafio!
Restantes amigos fiquem por aí, sintam-se em casa, gosto de
vos ter por perto!
Bem, costumo ler mas não comentar, mas hoje ao ler a vossa peripécia fiquei de coração apertado...e no fim o sorriso apareceu no canto da boca (por saber que estas bem). Tenho saudades tuas. No início de Maio um abraço (!).
ResponderEliminar