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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2015

A courgette tem uma prima na Índia!

  São 8h da manhã. O silêncio inunda a sala, lá no fundo ouve-se o barulho da ventoinha e cá no fundo é difícil não ouvir a confusão dos pensamentos. Aconteceu tanto nestes quase 2 meses que será difícil encaixotar, fazer malas e partir, desconfio que depois desta experiência haverão coisas que nunca mais irão embora, ficarão… farão morada! Espero que sim. Então enquanto espero pelo início da consulta, oiço o meu fundo, observo os dias que passaram e tento passar para este caderno laranja o que é passível de partilha. Passaram duas semanas desde o último texto, cheias, recheadas de aventuras e desejo de aventuranças. No outro dia, dei comigo num jantar do serviço em casa da chefe, ofereci-me para preparar um prato, mostrar a gastronomia portuguesa e, finalmente, comer o que gosto! Mas, como tudo na Índia, foi extremamente difícil! Primeiro, tinha de ser vegetariano, dadas as especificidades alimentares da religião, depois tinha de encontrar os ingredientes. Acabei por faze

Ainda a procissão vai a meio…

Falta metade! E é caso para dizer o pior já passou. Esperemos! O dia alongou-se, cheguei ao hospital às 8h e vim no autocarro das 19h30, um dia destes habituam-se e ainda me metem a fazer urgências de 24h. Por falar nisso, tenho umas certas saudades de fazer urgência, saudades da equipa, das loucuras da sala de reanimação, saudades de estar em casa (o hospital também conta como casa, uma espécie, um sótão!). A viajem para casa foi gira, já tinha escurecido e a cidade transformou-se. Sentadinha no banco do autocarro, entre solavancos, assisti em “primeira classe” ao espetáculo noturno, as famílias cá fora, as barraquinhas de comida apinhadas de gente, homens a beber chá na beira da estrada, veículos de todos os tamanhos e cores em cima uns dos outros, luzes coloridas penduradas sem preocupação aos cantos, nos toldos, onde houve lugar, a música estridente e alegre, as buzinas de vários timbres, eu… e um sorriso estampado. Os pensamentos voam, lembro-me do dia que passou, tão c

Coisas boas?

Hoje o dia correu bem! Tenho a sensação de que quando finalmente estiver habituada e me sentir um bocadinho em casa, chegou Dezembro e é tempo de fazer a mala! Os dias muito bons aqui são raros, mas têm vindo a aumentar de frequência! Então decidi trazer-vos, a vocês e à velhota pessimista que vive dentro de mim (numa cadeira de balanço com gatos) as coisas boas desta terra! Lembro-me de ter feito isto na Guiné talvez o leitor imaginário se lembre e na altura ajudou-me a pôr as coisas em perspetiva, na maioria das vezes é mesmo isso, uma questão de dioptrias e de degraus. Então hoje subimos juntos aqui à montanha de Vellore, olhamos cá para baixo e observamos o top 5 cá da vila! 1.   Os fungos! A sério, aqui as pessoas têm infeções fúngicas como nunca imaginei! É lindo (ponto de vista do infeciologista: é espetacular, é brutal, tira uma fotografia por favor!). Passo a explicar, o Sr. Kumar (equivalente de Zé António) tem uma impressão na perna de alguns meses a esta parte e,