Avançar para o conteúdo principal

Dia 64_ “O meu último dia na Guiné!”

Daqui a umas horas o avião partirá com destino a Lisboa. E assim se fecha um capítulo desta viagem, sim porque faço parte daquele grupo de pessoas que teima em achar que está sempre de viagem…ou de passagem, como gostarem mais! Rumo… rumo a um mundo melhor!
Foram dois meses cheios de aventuras, trouxe uma mala cheia de sonhos e agora levo duas…cheias, a transbordar, com sonhos, com experiências, com amigos e com umas quantas prendas! Mas, sobretudo, com vontade de continuar esta “epopeia” como um dos leitores lhe chamou, porque estar consciente, orientada e colaborante não se prende com a latitude, mas com a atitude (olha o slogan…!)! O que vale é que a balança do aeroporto de Bissau está avariada e assim não há excesso de peso para ninguém… ai Guiné, Guiné!
Mas antes de fechar a mala, há que agradecer a todos vocês que estiveram desse lado e que me fizeram sentir que não estava sozinha, a vossa companhia apareceu de várias formas, uns leram as minhas histórias, outros escreveram comentários, outros enviaram mails gigantes, mensagens, telefonemas…um ou outro sinal de fumo, muitos de vocês oraram (estou certa e grata por isso, não há nada como a oração dos “fanáticos” e dos justos também!).
Bom, a viagem continuará… espero poder contar com a vossa companhia, para que possamos crescer juntos e assim, atingir a estatura perfeita!
Um abraço e até já!
Leitor imaginário quando chegares a casa vais tomar banho de água quente…ai vais vais!

Comentários

  1. Querida Bianca. Não deixei comentários, mas quero dizer-te que todos os teus posts foram lidos avidamente.Uns comoveram-me outros silenciaram-me, outros encheram-me de orgulho por conhecer-te e saber quem és!
    Não pares de escrever. Mesmo longe de Africa, o mundo que te lê precisa de ouvir o teu coração e a tua inteligência.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Deu tudo certo!

A mala está semi-feita, faltam as coisas pequenas, falta fechar, despachar e partir. É bom partir para casa, mas é difícil fechar este ciclo. Atrás de mim ficam as histórias, as pessoas com quem aprendi a ser bem mais que médica, ficam as coisas que só poderia ter vivido num país virado para o sol e para os sorrisos abertos. Elas ficam e vêm comigo no coração, porque a mala já tem excesso de peso, trago o que sou agora e que não era há três meses atrás.  Aliás, essa é a beleza desta experiência, vou provavelmente esquecer-me dos critérios do síndrome hemofagocítico, mas dificilmente da médica que deu chocolate e coca-cola à menina que tinha uma sonda naso-gástrica, dos meninos da enfermaria, dos adolescentes da consulta, isto tudo vai comigo e irá para onde eu for! Escrevo isto com o peito apertado, aquele desconforto na garganta, um incómodo que não sei explicar, no fundo estou ansiosa de chegar e a rebentar de saudades e ao mesmo tempo triste por deixar isto tudo para trás.

A aventura continua… por terras indianas

Os primeiros dias foram cheios de adaptações umas mais dolorosas do que outras,mas todas cheias de um encanto que não estava à espera de encontrar… um dia destes explico-vos isto melhor! Começámos por perceber como é que o centro funciona, que actividades é que existem, quem é que é o responsável pelos vários departamentos e depois veio a pergunta essencial: “Então, onde é que podemos ajudar?” e a resposta veio rápida e certeira e num instante transformou- se em várias actividades e responsabilidades, afinal não viemos passear… Graças a Deus! O André ficou com os rapazes que estão no programa de recuperação da toxicodependência, vai estar perto deles, vai aconselhá-los, e vai ensinar-lhes algumas competências pessoais e sociais usando princípios bíblicos (as famosas aulas do Desafio Jovem). Ah, e acrescentar a isto, ele também anda a pensar em construir um forno, para que se possa fazer pão aqui no centro e assim poupar dinheiro. Eu, por outro lado, não fiquei com nenhuma área específi

Viemos!

Passaram quase dois anos desde a última vez que escrevi aqui. Tinha saudades! Pensei em voltar várias vezes, mas por alguma razão esta vontade de escrever só ganha mãos e vírgulas em clima tropical! Então, aqui estou eu e espero que tu, querido leitor imaginário, não tenhas desistido! Escrevo sentada na mesa da cozinha da casa nova, uma mini casa no ainda mais pequeno país do continente Africano: Suazilândia ou como se diz agora o Reino de Eswatini. A primeira vez que ouvi falar nele tive de ir ao google para o encontrar, uma bolinha minúscula entre a África do Sul e Moçambique, a única monarquia absoluta do mundo, um reino pacífico e de boa gente. O país do mundo com a maior incidência de infeção por VIH/SIDA, um terço da população, fizeram um estudo em que estimavam que, se o ritmo da epidemia continuasse, em 2050 deixaria de haver habitantes no país. No entanto, muito tem sido feito para melhorar estes números. O desafio é gigantesco e todas as mãos são pequeninas e to