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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2011

a vida continua cheia de histórias...

Hoje trago-vos a história de uma menina bonita, 25 anos, alta, magrinha e com um olhar assustado… demasiado assustado. A primeira vez que a vi disse-lhe “hello!” e ela nem olhou para mim, e claro, a minha reacção foi pedir à rapariga que estava ao meu lado para traduzir a saudação. Bom, a resposta obtida foi semelhante, mas desta vez veio com “legendas”: - “Ela é nova cá, não fala muito!”. Realmente, ela não falou, nem muito nem pouco, mas não foi difícil descobrir porquê. Voltou agora do hospital, esteve alguns meses lá. Está connosco aqui no centro há 1 dia! Porquê? (tenho de começar a ter cuidado com as perguntas). Fugiu do marido. Ele queimou-a na barriga com querosene. (silêncio… porque não soube o que pensar, quanto mais o que dizer). Nem sequer consigo imaginar a violência de ser torturada pelo próprio marido… e pergunto-me sobre o que terá acontecido a esta menina, onde é que a violência começou… até onde é que a ferida vai? Que marcas é que vai deixar? De repente, cresce

Já passou um mês…

A vida por aqui continua! Há dias lentos e lânguidos, preenchidos de lutas com a língua; com a cultura; com o picante que teima a aparecer no meu prato; com o suor que me escorre pela cara continuamente; com o lixo que está por todo o lado e cobre as ruas sem critério; com a tentativa, por vezes tão frustrada, de compreender as pessoas e de ser compreendida por elas… batalhas que produzem picos emocionais demasiado violentos para o meu paladar ocidental! No entanto, há dias em que o sol brilha e brilha com vontade! Vontade de ser relevante, de fazer alguma coisa útil neste mundo tão caído e tão injusto! E são esses dias que trazem o alento que é preciso para resistir, e sim é mesmo disso que se trata, uma prova de resistência e das grandes… Tão grande que se não fossem os momentos em que o “sol” (se é que me faço entender) ilumina por fora e por dentro e traz a clareza e o quentinho necessários para continuar a correr, se não fossem essas alturas… não sei… É um desses dias que vos